Lenirce Viviani

Psicóloga Clínica - CRP 12/01171

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Psicoterapia - um caminho para o equilírio

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Por Lenirce Viviani

A vida moderna, com suas exigências e correrias cotidianas, pode nos levar a situações de esgotamento físico e emocional. No geral, quando algo não vai bem, procuramos um profissional da área da saúde, geralmente um médico, para nos auxiliar a superar esta situação. Neste viés, somos às vezes surpreendidos com a constatação deste profissional de que não é suficiente – e em muitos casos, nem mesmo apropriado – tratar o desconforto ou sintoma que estamos vivenciando, somente com medicações. Não nos damos conta de que as dificuldades enfrentadas podem estar relacionadas à nossa postura diante da vida, que vai sendo estabelecida em função de nossas vivências sociais e emocionais e, por isso mesmo, existe uma grande dificuldade em enxergar novas saídas para as tensões repetidamente enfrentadas, que acabam se tornando problemas.

A psicoterapia tem como uma das suas principais funções auxiliar, através de suas técnicas e referenciais, a olharmos para nós e a nossa própria história, revisitando a forma como nos construímos e nos repetimos. Crenças internas a nosso próprio respeito, que nos escapam à compreensão consciente, podem estar no cerne de nossas dificuldades existenciais e atrapalhar a resolução de situações, às vezes difíceis, outras até comuns, com as quais a vida nos confronta.

Na psicoterapia reichiana, baseada na obra e no trabalho do médico e terapeuta austríaco Wilhelm Reich (1897-1957), o processo terapêutico auxilia a identificar, através da chamada “análise do caráter” e também de intervenções diretas sobre a “couraça muscular”, a forma como fomos “moldando” nossa personalidade e nosso corpo e o modo particular como isso interfere em nossa forma de ver, pensar e agir.

Muitas vezes, nossa liberdade de escolha e de ação diante dos desafios que encontramos, fica muito restrita, geralmente não em face da situação concreta, e sim dos limites internos, baseados em crenças fortemente arraigadas sobre nós mesmos. É como se usássemos uma “armadura” para nos protegermos e nos sentirmos seguros, mas que com o tempo vai ficando apertada e incômoda. A questão é que esta armadura está “inscrita” sobre o corpo (na forma de tensões crônicas, que se ancoram e limitam a própria postura) e o psiquismo (na estima e nas reações emocionais) trazendo os sintomas como a ponta desse iceberg.

Esses sintomas podem ser expressos das mais diferentes maneiras – descartando-se com o médico a presença de uma doença física concreta – podendo provocar desde pequenos desajustes na vida cotidiana, como irritabilidade, dores crônicas derivadas de tensões acumuladas, desmotivação e desânimo, até situações mais dramáticas e impactantes, como depressão e pânico.

O trabalho de psicoterapia é uma importante ferramenta na prevenção e enfrentamento destas situações, pois irá auxiliar na compreensão de como elas foram sendo construídas na nossa história, dando-nos continente na busca de saídas para o sofrimento vivenciado.